sexta-feira, 29 de abril de 2016

Fleury e sua gangue?



Sérgio Fernando Paranhos Fleury, nascido no Rio de Janeiro, na cidade Niterói, em 19 de maio de 1933, foi um policial que atuou como delegado do DOPS de São Paulo, durante a ditadura militar no Brasil e ficou notoriamente conhecido por sua pertinácia ao perseguir os opositores do regime. Sofreu diversas acusações formais pelo Ministério Público pela contumácia na prática de tortura e homicídios contra os opositores do golpe de estado orquestrado pelos militares em 1964.


Vários depoimentos, testemunhas e relatos de presos políticos, apontam que ele usava sistematicamente a tortura durante os interrogatórios que comandava na época do regime militar brasileiro. Vários dos militantes que eram capturados pelo delegado Fleury não resistiram a essas torturas e acabaram morrendo, como no caso de Eduardo Collen Leite (guerrilheiro de renome), que foi torturado por cerca de quatro meses.
Fleury foi o principal responsável pela tentativa de captura e morte de Carlos Marighella - ícone da extrema-esquerda, foi apontado como participante da Chacina da Lapa e de mais uma série de casos envolvendo combate e morte de opositores do regime.


Bacharel em Direito, delegado (1966), atuou no serviço de radiopatrulhamento da cidade de São Paulo, ganhando notoriedade no combate enérgico às organizações armadas de esquerda, utilizando-se também de violência.
Em 1968, foi requisitado pelo DOPS, para atuar na repressão dos movimentos de oposição ao governo militar no Brasil.
Pela sua participação nas ações desenvolvidas pelas Forças Armadas do Brasil durante a chamada "guerra subversiva", foi condecorado pelo Exército Brasileiro com a Medalha do Pacificador e pela Marinha de Guerra com o título de "Amigo da Marinha".
Livro sobre a história de Fleury

Foi investigado e denunciado pelos Promotores de Justiça Hélio Bicudo e Dirceu de Mello por supostos assassinatos praticados pelo Esquadrão da Morte. O Delegado Fleury foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo como o principal líder desse Esquadrão. Fleury apresentava-se na corporação policial como líder do esquadrão da morte, com a promessa de para cada policial morto, matar dez bandidos. Um dos casos, misturando impunidade com onipotência, ocorreu em 17 de junho de 1970, quando acompanhado por nove comparsas, entrou no presídio Tiradentes, de onde retirou cinco presos. Fleury buscava vingar a morte de um policial horas antes por Adjovan Nunes, o Guri. Horas depois os cinco presos eram mortos em Guarulhos, outros cinco presidiários foram mortos nas horas seguintes, até que Adjoan foi achado morto em um mato em Itaquera com 150 tiros. 
Nesta época o esquadrão passou a ser um estorvo para a Ditadura Militar, pois a imprensa estrangeira e as organizações dos Direitos Humanos apresentavam-no como a banditização do regime. A cúpula de governo teve a ideia de trocar tudo por um golpe publicitário, e anunciou que os agentes do crime seriam punidos. Isto, mereceu o primeiro editorial do The New York Times favorável ao governo desde 1964.


Em 1978, na convenção da Arena em São Paulo, apoiou a candidatura do coronel Erasmo Dias à Câmara dos Deputados. Opôs-se à anistia política promulgada em 1979.
Foi beneficiado por uma lei que facultava a liberdade aos réus primários e com residência fixa que ficou conhecida como Lei Fleury.
Morreu por afogamento, segundo a sua mulher Maria Izabel Oppido, presente em sua lancha na madrugada de 1º de maio de 1979. Seu corpo foi sepultado sem ter sido necropsiado, o que gerou comentários de que ele teria sido assassinado pela esquerda como vingança ou como "queima de arquivo" pelos seus antigos colaboradores da ditadura.


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